Ela conta que se emocionou muito com as cenas em que a
personagem bate no corpo ao se olhar no espelho
Por Felipe Carvalho
Marcela Thomé (Foto: Arthur Vahia/Glamour)
Imagine que você é uma
mulher e está presa no corpo de um homem. Para quem nasceu cisgênero -
que veio ao mundo com um sexo e se identifica com ele - isso parece ser estranho ou
impensável, mas foi este o drama que a modelo Marcela Thomé viveu até
completar 16 anos e tomar a decisão de fazer a
transição de gênero masculino
para o feminino.
"Eu sempre fui muito
feminina e minha maior guerra era com minha genital masculina. Graças a Deus
fiz a minha cirurgia aos 19 anos, então acabou essa guerra que era olhar no
espelho. Coloquei próteses de silicone aos 17 anos com o dinheiro e apoio do
meu pai", lembra.
Hoje, aos
20 anos, ela tem se destacado como
modelo em um universo bem disputado e
se recorda dos momentos difíceis que viveu na adolescência, tal como a
personagem Ivana tem mostrado na novela "A Força do Querer".
"Eu
não tenho acompanhado assiduamente, mas me vejo nesta história. Por mais que
ele seja um homem trans, tudo é muito parecido com o que aconteceu comigo, como
o sofrimento, a aceitação do corpo, se olhar no espelho e ver que aquilo não te
pertence. Eu fiquei emocionada com as cenas que eu vi."
Ela
ainda ressalta que o apoio de sua família, principalmente do pai, foi muito
importante para superar e vencer esta fase de inseguranças. "Me assumi uma
mulher transexual aos 16 anos, foi
muito difícil. Depois de um ano, meu pai me pegou pela mão, me levou para a
clínica e pagou meu silicone. É muito difícil para um pai aceitar uma filha
trans e ainda participar desta transição. Infelizmente minha realidade não é a
mesma que da maioria das meninas trans", lamenta.
Marcela
conta que nunca se sentiu como um garoto homossexual, já que a maioria das
meninas trans pensam que são gays até descobrirem que não é o caso.
"Eu
já sabia que era mulher desde o início e nunca me lamentei. Eu fiz
acompanhamento com psicólogo e estava preparada para este processo. Tive
guerras com o espelho antes da cirurgia, via um menino ali, mas me sentia uma
menina. Hoje me sinto pleníssima e adoro me olhar no espelho."
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