Por: Edith Modesto
Passa o tempo e o Grupo de Pais de Homossexuais
(GPH) continua trabalhando para a reaproximação das mães e pais às suas
filhas e filhos LGBTs. A verdade é que todos se amam, mas, principalmente na
"fase da descoberta", os familiares se estranham e provocam um enorme
sofrimento mútuo.
. Você pode se perguntar: "Mas, isso ainda? Esse assunto já
chega, cansou! É abordado na novela, nos jornais e revistas, nos livros, em
filmes, por toda a internet e ainda há algum problema? Nada mudou?"
Baseada na nossa
experiência, a resposta é: Mudou, sim. Mas não dentro de casa.
Por exemplo: certamente,
o filho já pode ser gay na casa da vizinha. Você aceita. Há dez anos, não
podia, era um escândalo no bairro. Hoje, a vizinha vai abraçar aquela mãe em
desespero que tem um filho gay. "Coitadinha!". E a consola: “Ele
parece hétero, amiga, ninguém diz”...
“Passa o tempo, mudam parâmetros, muda a sociedade, mudam os
conceitos, as regras, e pais e filhos homossexuais continuam se afastando
uns dos outros e cultivando a raiva, a vergonha, a decepção, a tristeza, a
mágoa”... São processos difíceis de aceitação e de autoaceitação, muito
semelhantes.
Logo que "os filhos
saem do armário, os pais entram, fechando a porta". Filhas e filhos se
sentem "estranhos no ninho". Além de terem crescido semiórfãos,
sentem-se como estranhos na sua própria casa.
Até quando?
Edith Modesto e o filho, Marcello Imagem: Arquivo pessoalhttps://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2017/06/16/opiniao-o-filho-da-vizinha-ja-pode-ser-gay-mas-e-o-seu.htmFonte:
Infelizmente é uma realidade forte. Amo, adoro, me dou super bem, gosto de mais. Mas o outro, meu filho não!
ResponderExcluirÉ assim a cabeça de muitos.