Para onde iam o xixi e o cocô das pessoas nos primeiros aviões?
Há 109 anos, o 14 BIS fazia
seu primeiro voo e inaugurou a 'Era das chuvas de fezes e urina humana'. Se nos
primórdios da aviação quase mataram uma idosa e causaram diversos acidentes,
hoje são extremamente raras de acontecerem
Ao longo do último século, os avanços tecnológicos foram fundamentais para que os céus se tornassem mais seguros tanto à aviação quanto para a eliminação correta de dejetos humanos - Foto: Divulgação/U.S. Copyright Office
Fonte:http://ecoviagem.uol.com.br/
O mês de outubro é histórico para a aviação mundial. Foi nesta
mesma época do ano, em 1906, que Santos Dumont realizou seu épico voo nos
campos de Bagatelle, com o 14 BIS, e inaugurou os céus mundiais para uma nova
Era. Naquela época, a tecnologia começava a engatinhar e nem todas as situações
óbvias nos dias atuais eram assim no passado, como por exemplo o procedimento
de descarte das fezes e urina dos passageiros.
Já pensou em ser
atingido por um cocô humano voador? Pode parecer bizarro (e principalmente
nojento!), mas esta situação já causou diversos acidentes no passado. Ao longo
do último século, os avanços tecnológicos foram fundamentais para que os céus
se tornassem mais seguros tanto à aviação quanto para a eliminação correta de
dejetos humanos. O primeiro relato oficial de um avião eliminar dejetos humanos
nas alturas ocorreu em 1927, quando o piloto Charles Lindbergh fez o primeiro
voo sem escalas entre Nova York e Paris. Numa conversa posterior, ele afirmou
ao então monarca inglês, George V, que despejou suas fezes e urina sobre o
território francês.
Só a partir da década de
1930, que os aviões ganharam um compartimento especial para armazenar fezes e
urina, mas ainda assim os acidentes eram frequentes. Devido a grande altitude
das aeronaves, os detritos congelavam e se tornavam mortíferos blocos que
pesavam até 150 kg. Ao longo das décadas de 1950 até o início dos anos 1980, os
acidentes com blocos de fezes e urina se tornaram frequentes. Há registros de
diversos casos de pedaços congelados recheados de 'cocô' que caíram do céu na
Europa e EUA, entre os episódios mais famosos se destaca o de uma idosa de 77
anos que teve sua casa atingida por um bloco de 50 kg. O fato que ocorreu em
1974, nos Estados Unidos, só não foi fatal devido o 'presente' ter caído a dois
metros de distância da poltrona onde a aposentada assistia à televisão.
A grande invenção que
fez a 'chuva de cocô' diminuir consideravelmente foi o banheiro a vácuo. Criado
na década de 1980, o equipamento acabou com a utilização em excesso de água
dentro do vaso sanitário das aeronaves, diminuindo substancialmente o peso dos
'blocos de cocô' e por consequência, atenuando vazamentos de líquidos.
Entretanto, casos de falhas no sistema ainda são registrados, como um que
ocorreu em julho de 2015, num voo entre a Inglaterra e Dubai. Na época, houve
um vazamento no sistema de armazenagem das fezes e urina que obrigou o piloto a
retornar com a aeronave à Londres devido ao mau cheiro e risco de vazamento.
Atualmente, os relatos
de 'chuvas de cocô humano' são raríssimos, pois a probabilidade de uma falha no
sistema ocorrer no momento em que a aeronave sobrevoa uma região habitada é
muito pequena. De qualquer forma é recomendável (e higiênico!) ficar sempre
atento ao céu e preparar o guarda-chuva!
Errata(13h02): O correto
é afirmar que Santos Dumont voo com o 14 BIS nos campos de Bagatelle e não ao
redor da Torre Eiffel.
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